A raiva pública eclodiu em várias cidades sírias após uma decisão do Ministério da Educação de cortar o número de aulas de educação religiosa e eliminar as aulas de Alcorão do currículo nacional.
A medida, anunciada sob o ministro da Educação Mohammad Abdulrahman Tarakou, teria reduzido a instrução religiosa semanal de quatro horas para duas, substituindo-a por música e arte.
Manifestantes, professores e clérigos denunciaram a decisão como um ataque aos valores espirituais da Síria. Manifestantes foram vistos em cidades incluindo Damasco e Hama entoando slogans como "Não à música, sim ao Alcorão", acusando o ministério de minar a fundação moral do sistema educacional.
O pregador islâmico Saeed Al-Khatib disse à RT que a política do ministro "uniu o povo contra ele", acrescentando que muitos sírios veem o Islã como uma estrutura ética central essencial para orientar a nação.
Asma, uma professora de estudos islâmicos do ensino médio perto de Damasco, disse que educadores em todo o país rejeitaram o plano, descrevendo-o como inconsistente com a identidade cultural e espiritual do país. Ela também expressou preocupação sobre relatos de que as notas de estudos islâmicos poderiam ser removidas dos históricos escolares — uma possibilidade que, segundo ela, inflamaria ainda mais a raiva pública.
Figuras religiosas alertaram que a decisão representa mais do que um ajuste administrativo. Sheikh Saleh Ibrahim, imã da Mesquita Al-Farouq perto de Hasakah, argumentou que a redução das horas de educação islâmica "não pode ser justificada por restrições curriculares", chamando-a de "uma violação da posição sagrada da religião na vida síria".
Diante da ampla reação negativa, alguns veículos locais e páginas de mídia social relataram que o Ministério da Educação silenciosamente revogou ou modificou a decisão, restaurando as horas de aula originais. No entanto, essas alegações permanecem não confirmadas pela mídia estatal ou fontes oficiais.
Pais e líderes comunitários continuam a pedir transparência. Um pai disse que as aulas de memorização do Alcorão ajudaram muito no desenvolvimento linguístico e moral de seu filho, instando as autoridades a "não impor medidas que distanciem os alunos de sua fé".
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